Sócio Torcedor: CONSTRUIR UMA VISÃO DE LONGO PRAZO É A CHAVE DO SUCESSO

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A visão de curto prazo na implantação de programas sócio torcedor é o maior entrave que os clubes enfrentam para o sucesso.


Os programas de sócio torcedor são claramente a maior tendência fora de campo do futebol brasileiro. Praticamente todos os clubes vem criando algum tipo de programa. Dos mais simples aos mais sofisticados. Mas, os resultados alcançados até aqui ainda estão abaixo da expectativa (e do potencial) da maioria dos clubes.

Na Europa, os programas de sócios costumam alcançar 4% da torcida estimada do clube. Por aqui, os clubes mais bem sucedidos (leia-se Internacional) alcança cerca de 2% de sua torcida estimada em 5,6 milhões de torcedores. 

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Vários clubes já acordaram para o fato de que um programa de sócios deve seguir ativo permanentemente. Gerando conteúdo e experiências aos associados mesmo quando o clube não está em atividade. 

No entanto, falta ainda consistência. 

O futebol brasileiro ainda não conseguiu livrar-se de sua visão curta, apoiada nos títulos e nas conquistas dentro de campo. E basta observar a comunicação utilizada para promover os programas de sócios no Brasil para vermos que este imediatismo está presente também nos programas. 

É comum dirigentes virem a público conclamarem os torcedores a se associarem para que o clube possa se fortalecer e contratar jogadores melhores. Bem, e se o torcedor associar-se, o clube fizer contratações mais caras e fracassar na competição? Logo, de nada valeu ter se associado. Fracasso total. 

Veja o que diz o relatório de um grande banco brasileiro sobre as finanças de um dos maiores clubes do país: “A gestão financeira é impecável, recolocando o clube nos trilhos da organização, mas agora é hora de buscar conquistas esportivas. Não basta colocar o clube em ordem. Uma boa gestão precisa de cronograma de execução e organização, para que possa de fato montar um elenco que possibilite títulos, pois sem eles o torcedor se afasta, os patrocínios se afastam, as receitas caem e o esforço pode ser colocado a perder

As partes destacadas mostram que no Brasil, mesmo um banco, instituição caracterizada por trabalhar com cenários de longo prazo mantém sobre o futebol uma visão curtíssima. Esta visão acaba por transformar todo o negócio futebol em mera bolsa de apostas. Afinal, apenas no campeonato brasileiro são 20 clubes, uma única chance de título e quatro de rebaixamento. Na Copa do Brasil então, são 86 equipes brigando por um único troféu.

Porque? 

Antes de lançar um programa de sócios todos os clubes deveriam colocar-se no lugar do torcedor e perguntar-se: Por que? Por que um torcedor deve se associar, se ele pode continuar torcendo pelo clube sem tornar-se sócio?

Obviamente, o objetivo maior de qualquer agremiação são as conquistas. Mas, nenhum clube deve pautar sua relação com o torcedor baseado apenas nos resultados em campo. Afinal, a cada temporada apenas poucos clubes poderão conquistar um título. 

Um torcedor tem muitos motivos para torcer por uma equipe. Ele pode torcer pela sensação de pertencimento a um grupo. Pelos valores que aquele clube representa. Pelos valores que os atletas e ídolos do clube representam. Pela história familiar, quando o amor pelo clube passa dos pais para os filhos. Enfim, uma série de fatores que são muito mais duradouros que as conquistas de uma temporada. 

O programa de sócios deve ser uma ferramenta de relacionamento entre o clube e sua torcida com o objetivo de criar entre ambos um relação duradoura e leal. É somente a partir daí que os lucros do sócio torcedor aparecem. 

A visão de curto prazo é a barreira que irá separar os clubes bem-sucedidos daqueles que seguirão fracassando em programas de sócios, e isto, cedo ou tarde irá se refletir dentro de campo. 
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