Análise: A estratégia polêmica da marca Canadense Dry World no Brasil

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A fornecedora de material esportivo Dry World tem provocado polêmicas desnecessárias que afetam diretamente os seus clubes parceiros.

No futebol o relacionamento entre empresa ocorre na forma de parcerias. Uma empresa se associa a um time para poder conectar a sua marca aos valores que aquele determinado clube representa. 

Mas, o inverso também ocorre. Um clube pode se beneficiar dos valores e do prestígio que uma marca carrega. Foi o caso do Bahia na época do Presidente deposto Marcelo Guimarães Filho, que usou a assinatura de acordo com a marca de força mundial Nike como um suposto exemplo da competência e qualidade de sua administração no clube. 

Mas, estas parcerias envolvem sempre riscos. Especialmente o futebol, um esporte que é uma verdadeira "caixinha de surpresas". E a Dry World decidiu correr alguns desses riscos ao aportar pela primeira vez no Brasil. 

Os canadenses fecham acordo com Robinho para ser seu garoto-propaganda no país. Sim, Robinho tem uma imagem positiva junta ao torcedor, mas, não tem rendido dentro de campo há algum tempo, apesar de toda a qualidade que todos reconhecemos nele. Portanto, para a empresa é um risco. Se Robinho render tudo que pode a canadense certamente será beneficiada, mas, caso ele tenha mais uma temporada apagada o investimento terá sido em vão.

Ainda cedo para saber se o ex-atleta do Santos renderá alguma coisa. No entanto, talvez a Dry World é que pode se tornar um risco para seus parceiros. 

Estou me referindo ao evento de lançamento das novas camisa do Atlético Mineiro que veste a Dry World nesta temporada. O evento gerou polêmica por utilizar modelos trajando apenas biquínis vestindo a camisa do galo. Logo, as acusações de machismo tomaram conta das redes sociais e tanto o clube quanto a fornecedora vieram a público se explicar. 

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"Give it to your wife"
"Entregue para a sua esposa"
O diretor comercial da empresa Valquírio Cabral eximiu a empresa de culpa afirmando que o evento foi organizado pelo Galo e não pela empresa. Nestes tempos de redes sociais tentar transferir a culpa é uma medida pouco efetiva e até contraproducente.

No entanto, algumas camisas distribuídas no evento traziam etiquetas com instruções de lavagem antecedidas pela mensagem em inglês "give it to your wife" (entregue isto para sua esposa em tradução literal). Novamente, Cabral atribuiu a culpa a terceiros, desta vez tudo não passaria de uma brincadeira de funcionários da produção. 

Estes fatos somados acabam por dar à marca canadense, uma estreante no futebol uma imagem negativa associada ao machismo. O que o blog concorda ainda que pense que o termo tem sido banalizado e usado muitas vezes fora de seu verdadeiro significado. 

O futebol é sim um esporte de predominância masculina, mas, pensar que seja um esporte apenas de homens é um grande erro. As mulheres estão cada dia mais ligadas e presentes no futebol e seria estúpido ignorar o potencial do mercado feminino. Inclusive, porque as mulheres tendem a ser mais emotivas, fiéis, e contribuem para tornar o espetáculo mais atraente e bonito. 

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Desfile de lançamento dos novos uniformes do Galo foram classificados
como machistas nas redes sociais.
Os principais prejudicados podem ser os clubes que vestem a camisa da canadense, que passariam uma mensagem negativa para o público feminino destas equipes. O que já repercutiu no blog do Santa Cruz hospedado pela ESPN que postou um texto sob o título "Dry World, não ouse manchar a imagem do Santa Cruz" em resposta ao ocorrido com o Atlético. O clube coral diz-se está em negociação com a fornecedora e deve fechar um acordo em breve.

A Dry World mostra que ainda terá muito que aprender sobre o Brasil. E uma das coisas é que o público brasileiro é um forte adepto do politicamente correto, diferente do que ocorre em outros países e culturas. Portanto, brincadeiras como a da etiqueta geram forte repercussão negativa por aqui e o clube é quem pode acabar sendo o maior prejudicado. 

Alguém precisa ensinar aos canadenses a lição número um sobre o Brasil: "este país não é para amadores". 

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