Rodrigo Gaspar se exaltou durante a partida em que o tricolor perdeu para o The Strongest da Bolívia.
O torcedor de futebol é o único que tem licença para dizer tudo o que pensa sobre o clube e seus atletas, afinal, a torcida é movida pela paixão, sentimento que nos cega. Dos dirigentes se espera uma atitude mais comedida e que sejam capazes de controlar os impulsos apaixonados.
Esta semana, tivemos demonstrações que o futebol brasileiro ainda precisará trilhar um longo caminho rumo a uma atitude mais profissional de nossos dirigentes. A nossa cultura esportiva determina que um requisito básico para ocupar um cargo é ser torcedor do clube. E muitos ainda não compreenderam que o cargo de dirigente está a frente da posição de torcedor.
Aconteceu no São Paulo esta semana. O assessor da presidência do clube, Rodrigo Gaspar se exaltou durante a partida em que o time paulista foi derrotado pelo The Strongest. Em tweets enviados ao microblog, Gaspar, fez críticas típicas de um torcedor, porém, lastimáveis para um membro da diretoria.
foto: reprodução/twitter |
No momento em que tuitava é bem provável que Gaspar tenha esquecido que os atletas citados são patrimônios do clube. E espera-se que os dirigentes valorizem o patrimônio.
Ao lançar estas críticas publicamente, o assessor tricolor comete o mesmo erro cometido pelo Corinthians com o jogador Pato. Ao longo do ano passado, o Timão por meio de seus dirigentes desvalorizaram publicamente o jogador. Andrés Sanchez, chegou a declarar que emprestaria o jogador para o Bragantino. Uma clara intenção de desvalorizá-lo. O golpe, no entanto, veio rápido. Pato foi emprestado ao Chelsea e o Corinthians corre o sério risco de ver um dos jogadores mais caros de sua história ir embora sem que o clube receba um centavo.
E esta é uma situação que se repete país afora. No Bahia, o zagueiro Gabriel Valongo que está treinando separado foi a uma rádio de Salvador criticar abertamente o clube por não lhe dar oportunidades.
E o que fez o presidente, Marcelo S'antana? Bem, decidiu recordar-se dos seus tempos de jornalista esportivo e numa entrevista para a imprensa apresentou um relatório completo com números sobre as atuações do zagueiro, mostrando porque ele foi colocado de lado no elenco.
Se a intenção do presidente é negociar o atleta não é vindo a público desvalorizar o jogador que irá conseguir fazê-lo.
Os dirigentes tem um compromisso de zelar pelo patrimônio do clube. E os jogadores estão entre os ativos mais valiosos no patrimônio de qualquer equipe, no Brasil, especialmente.
Rodrigo Gaspar chegou a apagar os comentários na rede social. Mas, deixa entender que o fez contrariado e não por compreender a gravidade do seu erro. Numa espécie de pseudo retratação publicou:
Comentar de cabeça quente, pode ser injusto, mas as vezes esclarece...— Rodrigo Gaspar (@rodrigo_gaspar) 17 fevereiro 2016
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