Mercado: Ásia - Estrelas, Grana e Planejamento

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Você provavelmente ainda ignora o que acontece no futebol asiático. Mas, isto irá mudar nos próximos anos.


Se você não se desconectou do mundo na virada do ano certamente riu de memes como este ao lado.

Os chineses do Beijing Gouan fizeram um verdadeiro "rapa" no atual campeão brasileiro. Numa só investida tiraram do Corinthians o zagueiro Gil, o volante Ralf, e os meias Jadson e Renato Augusto.

Ainda neste início de ano outro chinês, o Tianjin Quanjian está fazendo um tour de amistosos pelo Brasil. O clube é comandado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, e conta ainda com o craque Luís Fabiano. 

Na China já estão o pentacampeão mundial Luís Felipe Scolari, nomes como Robinho, Jo, Rafinha ex-Bahia. Mas, não apenas os times brasileiros estão na mira. Há dois dias o Chelsea anunciou a venda do brasileiro Ramires para o Jiangsu, também da China. No ano passado, Ryan Babel do Liverpool, Asamoah Gyan capitão de Gana, Mikel, ex-Chelsea, todos agora atuam no futebol asiático. 

E muito mais deve vim, ou melhor, ir por aí. 


A Fórmula Asiática

O movimento dos asiáticos não é necessariamente novo. O Japão principal economia da região foi o pioneiro. A fórmula consiste em contratar por verdadeiras fortunas atletas dos mercados da Europa e América do Sul que tragam consigo experiência, talento e visibilidade da mídia internacional. 

Os clubes da região smepre focaram em jogadores consagrados que estavam próximos de encerrar suas carreiras. Afinal é mais provável um jogador nestas condições aceitar atuar em campeonatos ainda inexpressivos.

O Japão foi bem-sucedido. O país que se profissionalizou no futebol apenas em 1992 conseguiu evoluir rapidamente em termos técnicos e táticos. Para isto, contou com a valiosa contribuição de brasileiros como Toninho Cerezo, Levir Culpi, Paulo Emílio e Zico.

Há, porém, coisas novas acontecendo. A passagem dos italianos Luca Toni e David Trezeguet não deixaram boas lembranças nos Emirados Árabes. Mas, a impressão de que muitos atletas vão para a região apenas para receber seu último contracheque antes de encerrar a carreira começa a mudar. 

O 10 Omar Abdulrahman símbolo de um novo futebol asiático
Os jogadores contratados são cada vez mais jovens e muitos jogadores estão no auge de suas performances com muito futebol ainda para oferecer. Estes atletas tem uma vivência profissional na América do Sul e Europa que os atletas da região ainda não possuem. É o que diz Ali Khaled, jornalista árabe, "tecnicamente, os nossos jogadores são muito bons. São os seus hábitos extracampo que ainda são muito medíocres... a dieta, a forma como dormem, seus cuidados com a fase de reabilitação e recuperação, o modo como lidam com o pré-jogo. É tudo muito medíocre...".

E se concretizam os primeiros sinais de mudança. O jovem Omar Abdulrahman, tem 23 anos e é considerado o maior jogador de todos os tempos dos Emirados Árabes. O garoto que já chegou a ser procurado por Manchester City, Arsenal e Benfica optou por renovar com o Al Ain do seu país até 2020. 

Planejamento


Apenas dinheiro e grandes nomes não trazem o sucesso a longo prazo. Gerenciar uma equipe de futebol pensando apenas na temporada seguinte não leva a lugar nenhum. 

Apesar do grande investimento que vem sendo feito, a Liga do Golfo Árabe nos Emirados Unidos vem perdendo audiência ano após ano. Uma média de 15,3% por temporada.

Recentemente, a Liga realizou junto aos clubes um workshop que contou com a participação de Noel Mooney, gerente de marketing da UEFA, a Associação Européia de Futebol.

Mooney sugeriu que o ponto de partida seria tornar obrigatória a exigência para que os clubes desenvolvessem um planejamento de cinco anos. 

Noel Mooney - Diretor de Marketing da UEFA
"É preciso haver uma visão comum sobre onde os clubes e a Liga querem chegar. E é preciso colocar as pessoas certas para cumprir as funções."

"As Federações costumam nomear alguém como diretor de marketing, mas, na verdade o sujeito não passa de um diretor de operações colocando outdoors e propagandas em jornais, isto é operações, não marketing. O marketing é encontrar a conexão psicológica entre os fãs e o produto." 

"O marketing não deveria ser visto como um custo, mas, um investimento. Onde pessoas talentosas estão entregando o produto apropriado às pessoas e criando conexões com elas, assim as pessoas vão consumir o produto".

(o blog futebol marketing clube concorda inteiramente com Noel Mooney).

O CEO da Liga profissional dos EAU afirmou que os clubes devem seguir os conselhos de Mooney e concluiu: "É como disse o Noel, marketing é um investimento e daí vem os patrocinadores e o público. Está tudo conectado. Hoje você paga, mas, amanhã você recebe as receitas e os lucros se trabalhar nisto".


Os asiáticos tem o dinheiro e agora tem as estrelas. E estão aprendendo rápido que só chegarão a algum lugar se tiverem também o planejamento. 

Lição para os clubes brasileiros: temos os craques, para alguns pode faltar o dinheiro. Mas, definitivamente ninguém irá a lugar algum sem planejar onde quer chegar. 

É melhor os jogadores brasileiros praticarem o árabe e o mandarim.
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